Uma agradável surpresa para fãs de um RPG artístico. Se tem um dos RPGs mais diferentes que já encontramos ao longo dos anos, esse foi Paper Mario. Um spin-off da famosa franquia da Nintendo, convertendo o mundo de Super Mario para a estética de… papel.
Em um cenário onde jogos como Paper Mario: The Thousand-Year Door são verdadeiros ícones, Born of Bread tenta capturar essa essência de forma ousada. Com visuais encantadores e um mundo repleto de personagens peculiares, o jogo brilha em sua estética, que lembra o humor irreverente de The Amazing World of Gumball junto dos visuais já mencionados de Paper Mario.
O protagonista, Loaf, é um golem de pão que, acidentalmente criado por Papa Baker, se vê em uma missão para limpar o nome do pai e enfrentar uma gangue de demônios adolescentes. A premissa é promissora, mas o elenco jogável carece de carisma. Os vilões e NPCs são muito mais intrigantes do que Loaf e seus amigos, tornando a narrativa um pouco decepcionante. A história, embora tenha um final satisfatório, se arrasta com transições desajeitadas e uma progressão que pode deixar os jogadores frustrados.
A jogabilidade apresenta um sistema de batalhas em turnos que utiliza elementos de QuickTimeEvents, mas a execução é inconsistente, com tempos de reação que podem ser caprichosos. O combate, que inicialmente é divertido, acaba se tornando maçante à medida que as lutas se prolongam. A falta de tutoriais interativos também prejudica a experiência, já que muitos recursos do jogo não são explicados adequadamente, levando a um aprendizado difícil.
Além disso, a navegação é um desafio, com caminhos confusos que frequentemente levam a quedas indesejadas e uma quantidade excessiva de backtracking. Fora que constantemente podemos nos ver perdidos nos cenários. Embora um sistema de fast travel seja desbloqueado, não há sinalizações claras para isso, o que pode deixar os jogadores ainda mais perdidos. A falta de opções de salvamento e a ausência de um sistema de dificuldade ajustável são outras falhas que afetam a jogabilidade.
Visualmente falando, o jogo encanta. Seus personagens são carismáticos, e a profundidade dos cenários é algo notável. Claramente a estética inspirada em Paper Mario beneficiou e muito a identidade visual desse jogo. Isso junto da jogabilidade mais clássica também ajudou a trazer mais um ar de JRPG das antigas para Born of Bread. Apesar disso, existem as falhas já citadas que podem dificultar o game a prender o jogador.
Apesar de Born of Bread ter seus encantos, como um elenco de personagens interessantes e uma segunda metade da história mais envolvente, as falhas de design e conveniência podem deixar muitos fãs de RPGs frustrados. Apesar disso, o jogo é divertido, e pode entreter por algumas horas quem decidir dar uma chance.
Born of Bread: Um mundo de papel encantador, mas com falhas na sua execução e na parte técnica. – Vinicius Miranda