Ender Magnolia: Bloom in the Mist dá continuidade ao excelente trabalho feito em Ender Lilies: Quietus of the Knights, trazendo um metroidvania refinado, que expande a proposta do original em praticamente todos os aspectos. Lançado no início de 2025, o jogo mantém a atmosfera melancólica e o combate baseado em aliados espirituais, mas com melhorias que tornam a experiência ainda mais imersiva e dinâmica.
Um mundo devastado pela magia
A trama se passa décadas após os eventos do primeiro jogo, em um mundo destruído pelo uso excessivo de recursos mágicos. Esses recursos deram origem aos homúnculos, seres artificiais que, inicialmente, serviram à humanidade, mas acabaram enlouquecendo devido a misteriosos vapores emergindo do solo. No meio desse caos, surge Lilac, uma jovem com a habilidade de sintonizar com os homúnculos, partindo em uma jornada para encontrar outros como ela e trazer alguma esperança ao mundo destruído.
Combate refinado e estratégico
A estrutura do jogo segue a fórmula do original: um metroidvania de progressão não linear, com combate baseado em habilidades dos aliados. No entanto, Ender Magnolia refina essa mecânica, tornando o combate mais versátil e estratégico. Lilac pode associar diferentes homúnculos aos botões do controle, permitindo uma grande variedade de estilos de jogo. O sistema sugere um equilíbrio entre ataques básicos, fortes, contra-ataques e habilidades auxiliares, mas o jogador tem liberdade para experimentar diferentes combinações. A redução no número total de homúnculos, em comparação ao jogo anterior, é compensada pela profundidade de cada um, já que agora possuem três habilidades aprimoráveis.
O combate se destaca como um dos pontos altos do jogo. A variedade de inimigos e chefes desafia o jogador a adaptar suas estratégias constantemente, e o jogo oferece níveis de dificuldade ajustáveis para atender tanto quem busca um desafio maior quanto quem prefere uma experiência mais acessível.
Exploração intuitiva e recompensadora
O mapa, um dos elementos mais importantes em qualquer metroidvania, é muito bem planejado. A exploração é recompensadora, e o jogo facilita o backtracking ao indicar áreas completamente exploradas e ao permitir viagem rápida a qualquer momento. Isso evita frustrações comuns no gênero, como revisitar cenários sem saber se há algo novo para descobrir.
Outra grande qualidade do jogo é a forma como Lilac interage com o mundo. Com o auxílio dos homúnculos, ela ganha diferentes habilidades de locomoção, como rasantes, corrida sobre um lobo e a possibilidade de se agarrar em pontos específicos. Tudo isso contribui para a fluidez da exploração e torna o avanço pelo mapa sempre interessante. O jogo também registra quais habilidades são necessárias para acessar certas áreas, eliminando a necessidade de tentativas frustradas em lugares ainda inacessíveis.
Uma direção artística impecável
Visualmente, Ender Magnolia mantém o alto padrão do primeiro jogo, com belíssimos gráficos 2D em alta definição. Os cenários são variados, apesar da atmosfera sombria predominante, e os efeitos de iluminação e animação contribuem para a imersão. A trilha sonora, por sua vez, reforça a melancolia do jogo, lembrando bastante as composições etéreas de NieR: Automata.
Ender Magnolia: Bloom in the Mist: No geral, Ender Magnolia não apenas mantém a qualidade de seu antecessor, mas eleva a experiência a outro nível. Com melhorias na jogabilidade, exploração mais intuitiva e um combate ainda mais refinado, o jogo se firma como um dos grandes metroidvanias do ano. Para quem gostou de Ender Lilies, essa sequência é essencial. – Carlos Enriki