Se você curte jogos que te colocam contra a parede e testam seus limites, prepare-se: The First Berserker: Khazan é provavelmente o desafio mais insano de 2025. Esse Soulslike da Neople é o tipo de experiência que faz suas mãos doerem, seu cérebro fritar e ainda assim, você vai querer mais.

Este é mais um título na onda dos Soulslike, mas também é algo diferente. Sim, temos a barra de estamina, os chefes que te matam em dois golpes, os inimigos escondidos atrás da porta e até o pântano venenoso. Mas há algo a mais. Um enredo mais presente, que se conecta com o universo de Dungeon Fighter Online, embora funcione bem de forma independente. E, principalmente, um sistema de combate extremamente profundo, onde cada arma transforma completamente a forma como você joga.

Khazan, o protagonista, é um ex-general traído pelo próprio império. Após ser deixado à beira da morte, ele volta à vida possuído por uma legião de espíritos guerreiros que agora dividem sua consciência. E essa entidade, conhecida como Blade Phantom, tem objetivos próprios, o que rende uma trama sombria, cheia de vingança, ocultismo e combates épicos.

O pano de fundo dessa história é ainda mais interessante: o fluxo das almas está sendo interrompido por uma entidade maior e mais maligna que ameaça o equilíbrio do mundo espiritual. Com isso, a história ganha peso e propósito, indo além do simples “matar tudo pela frente”.

O inferno começa cedo

Diferente de outros jogos do gênero, The First Berserker não alivia nos primeiros passos. As primeiras missões são uma verdadeira lição de humildade, com inimigos e chefes que mais parecem obstáculos intransponíveis. Mas é justamente aí que está a mágica: com cada tentativa (e morte), você aprende. O jogo te quebra, sim. Mas depois te reconstrói como uma verdadeira máquina de guerra.

O sistema de combate permite trocar entre três armas: a poderosa (e lenta) espadona, a lança ágil que consome vigor e as adagas giratórias que oferecem ataques rápidos e mortais. Cada uma vem com sua própria árvore de habilidades e golpes espirituais que exigem pontos específicos para serem ativados. Montar sua build é quase como montar um personagem de RPG, e o resultado final depende muito da sua paciência e criatividade.

Um Soulslike que exige mais do que força

Com uma campanha que pode passar facilmente das oitenta horas, Khazan entrega uma evolução real do personagem. No começo, você mal consegue levantar a espada. No fim, você está desviando de golpes com precisão milimétrica, aplicando combos devastadores e enfrentando chefes que pareciam impossíveis com a maior confiança do mundo.

Cada missão principal é estruturada como nos Souls clássicos: áreas hostis, itens escondidos, atalhos bem pensados e, no final, um chefe cruel pronto pra te triturar. A grande diferença aqui está na ausência de exploração profunda — os mapas são diretos e o foco é a sobrevivência, não a curiosidade.

Recompensas de quem insiste

Mesmo quando você perde repetidamente, o jogo recompensa sua persistência. Toda vez que você chega perto de matar um chefe, ganha Lacrima — o “recurso-alma” do jogo — que ajuda a melhorar seus atributos. Além disso, pontos de habilidade são adquiridos só por lutar, o que transforma cada derrota em um pequeno avanço.

A construção de equipamentos também brilha na segunda metade do jogo. Conjuntos de armaduras com bônus específicos mudam a dinâmica das batalhas e incentivam experimentações. E as missões secundárias, desbloqueadas após as principais, remixam desafios e adicionam novas histórias e inimigos que ajudam a expandir a lore e o universo do jogo.

Os chefes são um espetáculo à parte

Se existe um ponto onde Khazan acerta em cheio, é nos chefes. Cada luta é uma aula de design e espetáculo visual. Cutscenes no meio da batalha, mudança de cenário, segunda fase surpresa… é tudo feito pra te deixar tenso. E funciona.

Sim, algumas lutas têm arenas pequenas demais. Outras são injustas. Algumas parecem te jogar pedras enquanto você escala uma parede. Mas a sensação de superação é real. Aquela vitória suada, às quatro da manhã, depois de vinte tentativas? É o tipo de experiência que te faz lembrar por que você ama videogames.

Pequenos tropeços que não apagam o brilho

Nem tudo é perfeito. Algumas escolhas de design são… questionáveis. Como travar transmogrificação apenas no New Game+, ou deixar o drop de sets de armadura depender de RNG. “Derrote o chefe dez vezes pra ter uma chance de pegar o set dele.” Sério, Neople?

Mas tudo isso é compensado por um sistema de viagem rápida eficiente, missões secundárias que remixam os chefes com variações criativas e um conteúdo pós-jogo que desbloqueia novas armas com status elementais.

Vale a pena?

The First Berserker: Khazan não é para qualquer um. Ele cobra caro por cada avanço. Mas se você tiver coragem de encarar, vai descobrir que a dor faz parte da diversão. Os chefes são monstros cruéis, sim. Mas também são mestres que ensinam a jogar melhor, a observar padrões, a ter paciência.

E quando você finalmente derruba aquele chefe que te travou por horas… a sensação é indescritível. Um alívio. Um grito de vitória. Um “eu consegui” que só quem passou por isso entende. Pra quem ama Soulslike, esse jogo é um dos grandes nomes do ano. E pra quem nunca tentou, talvez seja o título certo pra entrar nesse universo de sofrimento e superação. Vai ser difícil, mas vai valer a pena.

The First Berserker: Khazan é o tipo de jogo que te faz rir de nervoso, xingar o controle e, ainda assim, voltar pra mais uma tentativa. É brutal, é denso, é injusto às vezes… mas é também um dos jogos mais marcantes do ano. Se você tem estômago — e tempo —, essa jornada vale cada segundo.

The First Berzeker: Khazan: Uma combinação super interessante de hack and slash com Soulslike. Se prepare pra sofrer… e gostar muito disso. Vinicius Miranda

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2025-06-24T12:28:00+0000

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