Fatal Fury finalmente voltou depois de 26 anos desde o seu último lançamento. Eu consegui o jogo desde antes do lançamento e to jogando ele até então. E agora finalmente tá na hora de falar o que eu achei sobre esse jogo.
Desde que Garou Mark of the Wolves foi lançado e se tornou um sucesso lá no final dos anos 90, muitos jogadores queriam muito um Garou 2. Principalmente porque Garou terminou sua história com um baita gancho.
Porém, a prioridade cada vez maior que a SNK tava dando pra The King of Fighters mais os diversos problemas internos que a empresa passou, incluindo uma falência, resultou em Fatal Fury ser colocado numa geladeira que parecia que nunca mais iria sair.
Juntamente com outras franquias como Art of Fighting, The Last Blade e mais pra frente Samurai Shodown. Parecia que a SNK tava fadada a viver só de KOF. E com o tempo, até mesmo KOF foi deixado pra trás por alguns anos.
Mas a atual SNK quer fazer diferente, trazer não apenas The King of Fighters de volta do limbo, mas suas outras franquias também. Já tivemos o retorno de The King of Fighters, Samurai Shodown e Metal Slug. Agora é a vez de Fatal Fury com City of the Wolves.
Modos de jogo

Pra começar, temos os modos de jogo. E nesse sentido, quem não é de jogar online tem bastante coisa pra aproveitar. Pra começar pelo clássico Modo Arcade, que é o modo principal onde a história do jogo é contada.
Por falar nisso, a história se passa 2 anos depois dos eventos de Garou Mark of the Wolves, continuando a trama que parou no jogo de 26 anos atrás. Pra quem não lembra, em Garou, Rock Howard descobriu que a Kain Heinlein é seu tio, e que a sua mãe ainda estava viva.
Ele, então, partiu junto de Kain pra encontrar a sua mãe, se separando de Terry. Em City of the Wolves, enquanto Rock é treinado por Kain pra seguir com esse objetivo, um novo torneio King of Fighters é anunciado, e o prêmio é o que estava sendo chamado de O Legado de Geese Howard. Isso é o suficiente pra levar todos os nossos personagens pro torneio.
Dos personagens que vieram no lançamento, temos o retorno de Terry Bogard, Mai Shiranui e Billy Kane dos jogos clássicos. E diretamente do Garou, temos a volta de Rock Howard, Hotaru, Tizoc, Marco Rodrigues, B. Jenet, Kevin Rian, Kim Dong Hwan, Gato, Kain Heinlein e Hokutomaru. Já os estreantes desse jogo são Preecha e Vox Reaper. E claro, temos os controversos personagens convidados, o Cristiano Ronaldo e o Salvatore Ganacci.
A essa altura do campeonato, já temos os primeiros personagens de DLC confirmados. Sendo eles Andy Bogard e Joe Higashi dos jogos clássicos, Mr. Big e Art of Fighting e os convidados Ken Masters e Chun-Li, diretamente de Street Fighter.

O Modo Arcade é o clássico, você escolhe um personagem, vê uma introdução padrão, joga uma série de lutas, e vê o final individual de cada um. Além do chefe final, cada personagem tem um rival, com direito a uma ceninha antes da luta.
A história contada no Modo Arcade é bem interessante, e ela se entrelaça entre os personagens. Curiosamente, o único personagem que não está disponível no Modo Arcade é o Cristiano Ronaldo. Mas parece que já tem uma atualização vindo aí que vai incluir ele nesse modo.
Além do Modo Arcade, temos também o modo Prática, que é dividido entre Treino, Desafios e Tutorial. O Modo Treino é o clássico de todo jogo de luta, onde você pode, literalmente, treinar seus movimentos e aprender a usar cada boneco.
O Modo Desafio já trás uma série de desafios que ajudam a entender melhor os movesets de cada personagem, e aí aprender e jogar melhor com cada um deles, aprendendo seus combos e por aí vai. Por fim, o Tutorial é, literalmente, um tutorial, que te ensina como jogar o jogo.

Também temos o clássico Modo Versus, que é dividido entre Versos Clássico e Versus Especial. O Versus Clássico é aquele que você conhece. Selecionamos os personagens e os cenários, e jogamos uma partida amistosa. Podendo ser contra a IA ou contra outro jogador no multiplayer local.
Um destaque que temos nesse modo é a volta da luta de Dois Planos, que existia nos primeiros jogos da saga. Porém, esse modo de jogo só tem em um único cenário e tem suas limitações. Inclusive, eu ainda não aprendi a jogar nesse modo direito.
Já o Modo Versus Especial tem como grande diferencial poder colocar algumas regras nas partidas, como número de rounds, se pode ou não especial, quantas barras disponíveis, e por aí vai.
Gameplay familiar

City of the Wolves trás de volta muitos elementos do próprio Garou. Como o sistema SPD, que permite selecionar uma área da barra de vida pra deixar o personagem mais forte enquanto a vida passar por aquela região. Tem o novo REV System que, sinceramente, eu ainda não dominei por motivos de ausência de habilidade mesmo. Mas quando eu consigo realizar um super, é bem satisfatório.
Antes de jogar o City of the Wolves, eu dei uma experimentada no Garou, jogo que eu não tinha muito contato até então. E apesar de adorar o jogo, eu tive certa dificuldade conforme eu ia avançando no Arcade. Aquilo da dificuldade aumentar conforme vamos avançando. Já em City of the Wolves, apesar da gameplay ser uma evolução natural do Garou, eu não senti a mesma dificuldade.
Fatal Fury: City of the Wolves é mais fácil que Garou, principalmente depois que você se acostuma com os comandos. Claro, não significa que você vai vencer todas as lutas, mas não vai passar tanta raiva assim. Isso nas dificuldades padrões. O jogo permite você deixar o game mais fácil ou mais difícil, se você quiser.
Episódios de South Town

Além do Modo Arcade, existe um segundo Modo história chamado Episódios de South Town. As histórias contadas aqui são histórias paralelas, como se fossem sidequests. E a maioria é bem qualquer coisa, dando apenas a desculpa pro gameplay. E aqui, a gente tem acesso ao mapa de South Town, e realizando alguns combates específicos pra subir de nível. E claro, tem os objetivos principais pra avançar na história.
Uma vez completando esse modo com um personagem, a gente libera uma espécie de New Game+ com ele, o que libera mais desafios e uma dificuldade elevada, o que pra muitos pode ser considerado o verdadeiro brilho desse modo.
Assim como é no Modo Arcade, o único personagem que não tá disponível nesse modo é o Cristiano Ronaldo, mas ele deve ser adicionado em futuras atualizações.
Uma coisa que e acho zuado é que esse modo poderia ser um pouco mais caprichado. Não precisa ser nenhum World Tour como foi no Street Fighter 6. Mas poderia rolar mais cenas animadas, ou pelo menos uma variação maior de imagens na hora dos diálogos, estilo visual novel mesmo. Mas aqui só temos caixas de textos e algumas imagens no começo e no fim de cada personagem. Esse modo também trás um mini-game, onde podemos quebrar garrafas com o Marco Rodrigues.

Sobre os gráficos, eu acho o visual do game sensacional. E isso é algo que eu venho notado uma evolução nos jogos da SNK. Lá no KOF 14 tava bem mais ou menos, mas conforme os jogos novos foram saindo, foi ficando mais bonito.
E de todos os jogos da SNK lançados desde o KOF 14, City of the Wolves na minha opinião é o mais bonito, com essa estética de anime com cores que remete a pinturas. A minha única ressalva nesse sentido é alguns cenários com personagens, e esses figurantes estão numa qualidade nitidamente inferior ao dos personagens jogáveis.
Acompanhando essa parte de visuais, temos o modo de Edição de Cor. Que é surpreendentemente vasto, pegando vários detalhes não só das roupas, mas dos cabelos, olhos e até lábios dos personagens. Eu não sou muito de fazer esse tipo de personalização em jogos de luta, mas eu já vi o que outros jogadores fizeram e é impressionante.
Outro destaque que eu dou pra esse game é a trilha sonora. As músicas desse jogo são sensacionais, dando mais ênfase no jazz. E não é só isso, no modo Jukebox, a gente pode personalizar quais músicas tocam no jogo.
E as opções de músicas são vastas, tendo as trilhas sonoras de todos os jogos da franquia tanto de Fatal Fury, como de Art of Fighting e até de alguns outros jogos da SNK, como o próprio The King of Fighters. E claro, tem as músicas originais feitas em parcerias com DJs como o próprio Salvatore Ganacci e o brasileiro Alok, entre vários outros.
E o online?

Não experimentamos muito o modo online, porém o cenário competitivo de Fatal Fury: City of the Wolves é bem grande, com partidas fáceis de se encontrar e uma comunidade bem ativa. O jogo tem rollback netcode e crossplay, além de uma grande variedade de opções.
Tem até mesmo um Modo Clone onde você pode treinar offline com um personagem que simula o estilo de jogo de outro jogador que você lutou no online.
Vale a pena?
Fatal Fury: City of the Wolves é um ótimo jogo de luta e serve tanto pra quem foca no competitivo, como no casual. Existem muitos modos de jogo pra aproveitar, uma gameplay extremamente boa e uma história competente.
E teremos ainda mais conteúdo, porque a Season 1 já tá inclusa quando você compra o jogo, então logo novas atualizações tanto do roster de personagens como na história vão chegar pra dar uma sobrevida ainda maior pra esse jogo. Sendo assim, se puder, pode comprar Fatal Fury City of the Wolves que vale a pena.
Fatal Fury: City of the Wolves: Um retorno triunfal de uma das maiores franquias de jogos de luta. – Vinicius Miranda
Confira abaixo a análise em vídeo feita pelo canal Z Games em parceria com o Pao Pao Café Brasil: